Tenho 44 anos. Em 15 de Dezembro de 1996 dei o meu último caldo. Passaram-se 17 anos... Aqui contei parte da minha história...

sexta-feira, agosto 25, 2006

Os meninos alarves e bossais

Bom, parece que temos meninos por aqui.

A criançada anda a brincar às drogas:

" ei drogado vou chamar a policia que tu es um consumidor de droga e um ladrao, ja sei kual e a empresa onde trabalhas e o teu boss vai despedir-te conta lá quem te vendeu a droga para dizer a policia "

Posted by fuck you - www.drugsforever.com to Fui Drogado at 8/24/2006 05:15:34 PM

Depois de receber este comentário alarve e bossal decidi que vou passar a moderar os comentários, assim só será publicado aquilo que se enquadrar no espírito deste blog.

Ainda bem que vou de férias...

segunda-feira, agosto 21, 2006

Férias


Caros amigos,

Também vou de férias, assim até dia 10 de Setembro vou estar ausente numa praia algures em Portugal ou Espanha.

Até lá fiquem bem e obrigado pelo apoio e força que me têm dado, bem haja a todos.

Finalmente a consulta de psiquiatria.

Finalmente chegou o dia da consulta com a psiquiatra.
Estava completamente à toa quando fui para lá, um misto de esperança temperado com o medo do que me esperava, e uma luta interna entre a vontade de tentar parar e o prazer de consumir que, apesar de tudo, ainda dominava a minha vontade.
A primeira impressão da médica devo dizer que não foi nada positiva, pareceu-me uma pessoa pouco a vontade com o meu problema e sem grandes repostas para me dar.
Para ela era fundamental o envolvimento da família no processo de cura que me propunha, e eu não queria de modo algum envolver quer os meus pais quer a minha namorada. Assim, e face ao que eu julgo ser a sua falta de experiência em lidar com toxicodependentes, lá aceitou em me prescrever a medicação que entendeu necessária para enfrentar a fase de ressaca física e mandou-me para casa entregue a mim mesmo.
Não pensem que mais uma vez estou a criticar a forma como o processo foi tratado pela clínica, não, aqui as coisas decorreram da forma que eu cria. Aliás eu penso que omiti muito do meu grau de dependência e consegui manipular as coisas a meu favor.
O que se passou foi que por esta altura eu já estava mais do que arrependido de ter revelado o meu problema aos médicos, mas como o processo estava a ser tratado por médicos da empresa eu já não tinha fuga possível, tinha pelo menos de dar a ideia de que me queria tratar.
Então receitou-me um medicamento chamado Catapresan, mais uns comprimidos para dormir, um anti-depressivo e alguma coisa para as dores, destes não me lembro os nomes mas sei que não eram dos mais conhecidos e também não eram dos mais fortes.
Chegado a casa com os medicamentos foi preciso inventar algo para contar aos meus pais e à namorada, já que tomar tantos medicamentos não era nada normal.
Uma vez que sabiam que eu tinha ido à psiquiatra disse que estava com o princípio de uma depressão e que aqueles medicamentos me iriam tratar, era possível que tivesse dores, mas que não se preocupassem pois era normal.
Claro está que as dores nunca vieram, pois nunca dei tempo suficiente para que a ressaca se manifestasse, já que continuei sempre a consumir. A data marcada para parar era sempre o dia seguinte.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Obrigado

Como sabem, sou casado e tenho duas filhas. Felizmente a minha mulher nunca se interessou por drogas, o seu contacto com este mundo foi, infelizmente, forçado por mim.
Ela sempre me disse que eu não fiz mais que a minha obrigação ao deixar o vício e, hoje, concordo em absoluto com ela.
De qualquer forma este tema, apesar de sempre presente nas nossas vidas, é pouco falado entre nós, assim foi com surpresa que encontrei este comentário. Mas uma linda surpresa.
Por todos os motivos e mais alguns é de inteira justiça colocá-lo aqui em destaque, e aproveito também eu para te dizer obrigado.
Obrigado por teres acreditado, obrigado por me amares, obrigado por estares presente e, claro, obrigado pelas filhas lindas, também eu me orgulho da mulher que és.

“Olá Catarina. Sei como te sentes...
É a primeira vez que visito este blog... um misto de medo e de raiva...
A minha vida é partilhada à 10 anos com o autor deste blog. Com ele casei com ele tive duas filhas das quais sou "dependente" absoluta... os quatro juntos justificam a minha existência. Catarina um dia o teu marido vai acordar...
Tem força, acredita...
A "amiga" mantêm-se presente na nossa memória todos os dias, e isso enraivece-me e intristesse-me porque faz parte da nossa história mas orgulha-me saber que se separaram porque ele assim o quis e eu e o nosso primeiro anjo assim o desejámos...
Amo-te... e orgulho-me de ti...até já... “