Tenho 44 anos. Em 15 de Dezembro de 1996 dei o meu último caldo. Passaram-se 17 anos... Aqui contei parte da minha história...

terça-feira, julho 11, 2006

Procurar ajuda (e não encontrar)

Com o passar do tempo as histórias eram sempre as mesmas, e as necessidades de dinheiro foram aumentando, por outro lado os bens susceptíveis de serem vendidos ou trocados por pó foram diminuindo. Em simultâneo, também a receptividade das pessoas para as minhas histórias e invenções estava cada vez mais reduzida e, assim, cada vez era mais difícil intrujar aqueles que me rodeavam.

Por esta altura ainda me mantinha fiel à prata, no entanto, por mais que eu tenta-se esconder começava a ser difícil manter o meu segredo. Os sinais eram por demais evidentes e cada vez em maior número.

Cada vez comia menos, estava quase esquelético, não tinha uma peça de roupa que não me fica-se larga. Os meu estado ou era demasiado sonolento, por efeito do consumo, ou era de insónia, por falta de consumo, também ao nível do estado de humor me sentia cada vez mais sem paciência para nada, e então a cada pergunta respondia com extrema agressividade e irritava-me por tudo e por nada.

O desespero foi-se apoderando do meu dia a dia, e assim, tomei a decisão de fazer algo por mim, ia procurar ajuda queria largar o vício.

Então, numa consulta de medicina do trabalho, tomei a iniciativa e relatei o que se passava à médica que me consultava. Esta, surpreendida, logo me encaminhou para uma consulta de psicologia, com a psicóloga da empresa, na semana seguinte. Como é óbvio, devido à falta de experiência nestas coisas das curas, saí de lá a pensar que para a semana é que era, para a semana ia deixar o cavalo.

Pois é, o entusiasmo durou isso mesmo, uma semana.

Na consulta de psicologia fiquei a saber que, a psicóloga não me podia prescrever nenhum medicamento, teria de ir a uma consulta com a psiquiatra daí a mais ou menos um mês, e para além disso o melhor era ter o apoio da família, neste caso dos meus pais , coisa que eu não queria. Assim, e até lá, a psicóloga após muita conversa, aconselhou-me a consumir menos, e mandou-me embora, assim sem mais nem menos.

É claro que a primeira coisa que fiz foi ir consumir…

6 Comentários:

Blogger Unknown disse...

o que é mais triste neste teu post é que tu até tentaste mas o apoio foi insuficiente! nunca pensei que esses procedimentos levassem tanto tempo!
bjokitas

3:34 da tarde

 
Blogger Lipa disse...

É verdade...
Como é que é possível que um caso como este e ninguém te levou a "sério"?! Que raio de país é o nosso....

4:07 da tarde

 
Blogger Maria H disse...

Pois é, é mesmo assim! A mim fizeram-me o mesmo e vejam onde fui parar: cadeia!
Felizmente tudo passou e foi talvez a melhor cura, o melhor tratamento e a melhor clínica de reabilitação que podia ter encontrado!

6:10 da tarde

 
Anonymous Anónimo disse...

E o pior é que como o teu caso, hão-de haver muitos.. Boa sorte!

8:45 da tarde

 
Anonymous Anónimo disse...

E o pior é que como o teu caso, hão-de haver muitos.. Boa sorte!

8:45 da tarde

 
Anonymous Anónimo disse...

Engraçado como já me senti exactamente na mesma posição!
Quando pedimos ajuda temos de a ter log...caso contrário é a mesma coisa que não a darem!
P.P.

7:01 da tarde

 

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