Tenho 44 anos. Em 15 de Dezembro de 1996 dei o meu último caldo. Passaram-se 17 anos... Aqui contei parte da minha história...

quinta-feira, abril 20, 2006

Ponto de situação.


Penso ser pertinente e necessário fazer mais um esclarecimento sobre as coisas que tenho escrito, pois pelos comentários recebidos, parece-me que não tenho sido claro nalguns pontos de vista que tenho tentado transmitir.
Em primeiro lugar, os meus “conhecimentos” nestas questões das drogas resultam todos das minhas experiências pessoais, da minha própria vivência e história de consumo, bem como da observação dos consumos daqueles que me rodearam durante esses anos.
Não tenho, nem quero ter, a veleidade de pensar que sou um perito na matéria, antes pelo contrário, nunca estudei o assunto nem pretendo estudar, deixo isso para os sociólogos e psicólogos que o queiram fazer. Assim, o que para mim é verdade, pois foi isso que vivi, para outras pessoas pode ser um completo disparate, uma asneira de todo o tamanho. Mas estou ciente de que isso pode acontecer, e por isso todas as opiniões são bem vindas.
Em segundo lugar nunca disse que o consumo de haxixe leva ao consumo de outras drogas, sejam elas quais forem, e se em algum momento foi essa a ideia que transpareceu não foi intencional. No meu caso - e volto a reforçar que o meu caso não tem que ser igual aos outros, nem pode ser generalizado – o consumo de haxixe foi o primeiro passo no consumo de drogas, e o último foi o consumo de heroína, mais nada, comecei numa e acabei noutra, nada mais que isto.
Também vos posso dizer que nunca gostei muito da moca do haxixe, é um facto que o consumi durante muitos anos, mas não tenho dúvidas que a principal motivação era o facto de o grupo em que estava inserido ter esse hábito instituído. Na minha opinião a moca do haxixe estupidificava-me, ria-me estupidamente e com frequência ficava mal disposto ao ponto de ir ao gregório, nunca produzi nada de útil sobre o seu efeito. Quanto a ressacas de haxixe, nunca existiram para mim, carências físicas ou psicológicas nunca as senti.
A passagem para a heroína, como mais à frente veremos, não foi um passo natural de quem procura sensações mais fortes, esse passo foi dado numa altura em que o haxixe escasseou no “mercado”, ponto final parágrafo. Tão simples quanto isso, queríamos droga, não havia chamon comprámos e fumámos o que havia, e aí sim foi paixão à primeira vista.
Mais adiante relatarei esse episódio mais pormenorizadamente, mas posso adiantar que foi tão marcante, tão especial que me lembro de todos os pormenores como se tivesse sido ontem.
De qualquer forma quero agradecer todos os comentários recebidos, espero que continuem comigo e que me continuem a dar ânimo para vos contar a minha história.
Espero com ela puder ajudar quem quiser ser ajudado.

3 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Bom dia!
Mais uma vez deixas-me sem palavras para comentar. Provavelmente será por termos sensívelmente a mesma idade, termos vivido a adolescenência na mesma época, mas o certo é que o teu discurso em tudo se assemelha ao meu em termos de história.
Quando falo em ressaca de chamon é porque já vi pessoas a ressacá-lo entendes? Eu pessoalmente também nunca gostei da moca estúpida e desconfortável que provocava, fumar umas ganzas valentes, ficar cheia de paranóias e medos, depois beber uma data de cervejas e, tá claro, falar com o Greg... daí talvez, ter-me agarrado mais rapidamente ao cavalo. A coca dá uma ressaca terrível, mas eu nunca tive ressaca dela ( e consumi-a durante um longo período - abastado financeiramente! ) Por isso, realmente não podemos generalizar os casos que por vezes podem ser diferentes.
Fico à espera de mais "histórias"
Cumps

10:51 da manhã

 
Anonymous Anónimo disse...

Boas.. Não sou nenhum drogado nem nunca fui.. aliás, n tenho muito contacto com drogas a não ser algumas vezes que estou com amigos que gostam de fumar umas ganzas. No entanto, felicito-te pela coragem que tens tido em contar a tua história, e espero que haja pessoas que tentem aprender sobre o assunto (tal como eu), pois nunca se sabe o dia de amanhã. Força aí nos próximos posts, que eu estarei cá para acompanhar.
Cumps

8:56 da tarde

 
Anonymous Anónimo disse...

Boa tarde,
Procuro uma pessoa para ser acompanhante de sobriedade do meu marido. Não conhece? onde poderei procurar?
Obrigada

7:12 da tarde

 

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