Tenho 44 anos. Em 15 de Dezembro de 1996 dei o meu último caldo. Passaram-se 17 anos... Aqui contei parte da minha história...

segunda-feira, abril 17, 2006

Acalmia temporária.

Voltando à minha história, chegámos então à minha primeira namorada. Nesta fase o consumo de drogas foi durante algum tempo substancialmente reduzido, já o mesmo não se podendo dizer do álcool. Aliás, o início de uma relação foi sempre, na minha vida, sinónimo de redução de consumo, uma vez que, felizmente, nunca me envolvi com ninguém com os mesmos vícios.
Este namoro durou cerca de 2 anos, e como é normal em todos os meus namoros, em determinado momento pensei que seria uma relação séria e que terminaria obviamente em casamento.
Na escola, verificou-se também alguma acalmia, no entanto acabei por deixar 3 cadeiras para trás no 10º ano, o que me obrigaria a repetir mais um ano. Assim, e face ao caminho que a minha relação parecia estar a seguir, aos 17 ou 18 anos, optei por ir estudar à noite e fui à procura do primeiro emprego.
Esta fase coincidiu com a mudança de casa, o que me levou a ter forçosamente de fazer novas amizades. Inicialmente todas estas mudanças foram benéficas, uma vez que as primeiras pessoas com quem travei conhecimento não eram consumidoras, no entanto em alternativa bebiam com alguma frequência, e eu como não podia deixar de ser entrei no mesmo ritmo, pois achava que para pertencer ao grupo devia ser tão ou mais adepto da boa carraspana do que eles.
Como é óbvio, o namoro terminou e os velhos hábitos voltaram. Inicialmente apenas aos fins-de-semana, mais tarde com uma frequência superior. Tudo isto coincidiu com a entrada num novo grupo de amigos que entretanto fizera, estes sim bem mais amigos do charrito e que viriam a ter um papel preponderante na minha queda no mundo da heroína.
Apesar de tudo, nos primeiros dois anos de ensino nocturno registei um excelente aproveitamento, concluindo o 11º ano com notas acima da média. O trabalho, apesar de muito duro e fisicamente extenuante era muito bem remunerado, recebendo com alguma frequência ordenados de mais de 200 contos, o que, convenhamos, nas mãos de um jovem como eu…
Por esta altura, os fins-de-semana eram sinónimo de discotecas, festas, muito álcool e muito chamon. Também por esta altura conheci uma das maiores paixões da minha vida, alguém com quem curti apenas uma noite, mas alguém que amei durante anos e que nunca vou esquecer. Durante muitos anos bastaria um aceno para deixar tudo e ir ter com ela, no entanto ainda hoje não compreendo o que se passou e porque não tentámos pelo menos ter uma relação mais a sério. Sei que existia uma química natural entre os dois, mas nunca soube porque não funcionou.
Entretanto conheci a minha segunda namorada, moça séria, catequista e aluna do 2º ano de direito. Mais um período de acalmia, não tão acentuado, se seguiria.

6 Comentários:

Blogger António Gomes disse...

Eu não fui drogado, sou drogado, não vou dizer que tenho cabeça para as experimentações, assentei-me com cannabináceos em aparentes equilibrios.

Segui linhas semelhantes aos teus viveres até ao que escreveste, divergi em nunca me ter achado o melhor nem o fazer pela a inserção social, vi-lo porque para mim viver é experimentar.

Não digas que o hax leva para o cavalo, porque então o leite das tetas de nossa mãe leva ao café do café á cerveja, da cerveja ao charro... O que leva para outras experimentações é o teu desejo por elas, consumires hax nao te leva a desejar consumir cavalo, o teu desejo de maiores trips isso sim leva-te...

É saber parar!
Já experimentei ácidos e opiácios e não depositei neles esperança nenhuma.

Fico à espera de mais posts...

6:31 da tarde

 
Anonymous Anónimo disse...

Ya, é por essas e por outras que o teu discurso parece-me de um ser completamente "fora"! Vê lá se essa do "saber parar" não te faz parar à força...

8:31 da tarde

 
Blogger António Gomes disse...

"anónimo", se nunca experimentaste não tires conclusões, abstem te ou experimenta se nao for o caso, não te percebi.

1:08 da manhã

 
Anonymous Anónimo disse...

Pois é Sr.Anarquista, está redondamente enganado...
Experimentei, gostei e abusei..tanto, tanto que enjoei...e parei à força. Se é que me entendes, fui obrigado a parar pela justiça, bófia, cadeia, pena de prisão, cana, processo, juíz...Portanto tás a ver que sei do que estou a falar. Ó meu vê se atinas...és novo em idade por isso acho que ainda lá chegas...
Dispõe.

10:38 da manhã

 
Blogger António Gomes disse...

Mas é precisamente de casos como o teu que eu falei, se chegou a esse estado foi porque não soubeste parar...

4:08 da tarde

 
Anonymous Anónimo disse...

Pelos vistos tu também ainda não paraste, não é? Por isso é que eu digo que ainda tens muito caminho à tua frente. Espero sinceramente que sejas bem sucedido. Espero que o teu " aparente equilíbrio" se mantenha.
Já agora, quando disse que o teu discurso era de um ser completamente fora, foi quase que um elogio. Andei a ver o teu blog e constatei que tens uma onda diferente da minha mas fixe. Tens um gosto especial pela arte, logo tens de ser uma pessoa ultra-sensível, logo aí, és uma pessoa interessante.

10:39 da manhã

 

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial