Tenho 44 anos. Em 15 de Dezembro de 1996 dei o meu último caldo. Passaram-se 17 anos... Aqui contei parte da minha história...

quarta-feira, abril 05, 2006

As raizes (a idade da inocência) Parte 1


Não sei se foi importante para a minha história ou não, mas para melhor se perceber o caminho percorrido e as influências, ou falta destas, que me levaram ao consumo de drogas pesadas não há nada como começar pelo princípio.

Nasci em Lisboa, filho de um agente da autoridade e de uma mulher-a-dias. Pessoas simples, a quem eu devo tudo o que sou hoje e que no meio da minha história de degradação perderam anos de vida e gastaram o que tinham e não tinham para me ver de novo bem. Apenas com a quarta classe, as suas origens estão na Beira Baixa e demandaram no final da década de 60 do século passado a capital na procura de melhores condições de vida e de um futuro, ou de uma oportunidade de futuro, que então, como hoje, o interior lhes negava.

A escola primária foi realizada num externato particular próximo do Areeiro, onde concluí a quarta classe como o melhor aluno. Ao contrário do que se possa pensar, a razão principal de eu frequentar este estabelecimento de ensino nada tinha a ver com a qualidade do ensino ou com grandes projectos académicos para a minha pessoa. Não, nada disso, a razão principal para ir para o externato ficou-se a dever à inexistência do que hoje se chama vulgarmente de ATL. Assim, e uma vez que não havia onde me deixar entre o fim da escola e o fim do horário de trabalho, fui parar a este externato que tinha um horário prolongado permitindo assim que eu não fica-se sozinho e não necessita-se de acompanhar a minha mãe até às casas das senhoras em que trabalhava.

O externato era frequentado exclusivamente por meninos e era dirigido por um casal já com alguma idade. As aulas eram dadas à maneira antiga onde por exemplo cada erro ortográfico correspondia a uma reguada, e foram tantas as que apanhei.

Mas bom, findo este período de 5 anos, uma vez que eu entrei um ano mais cedo, para uma coisa que se chamava pré primária, chegou a hora de ir para o ensino público e tomar contacto com uma nova realidade, onde seria muito menos protegido e onde as relações professor aluno seriam muito mais impessoais e muito mais frias e indiferentes.

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

parabéns pela tua enorme coragem em expor a tua vida, esquece o passado e vive o presente pois a vida ainda te trara muitas alegrias! enfrenta com a mesma determinação com que enfrentaste o teu problema.

3:14 da tarde

 

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